![mulheres e suas obras](https://static.wixstatic.com/media/785686_991496aa135147a388d02cc7d838785f~mv2.jpg/v1/fill/w_841,h_438,al_c,q_85,enc_auto/785686_991496aa135147a388d02cc7d838785f~mv2.jpg)
Hoje, 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher.
No ambiente corporativo, será um dia em que muitas empresas irão presentear as mulheres com bombons, flores e outras lembranças, muitas vezes acompanhadas de cartões, com as frases requentadas de outros anos, com a profundidade de um pires, que seriam melhores se tivessem sido elaboradas por inteligência artificial.
Nas redes sociais, também teremos várias homenagens, das mais diferentes formas, estilos e criatividades, isto sem falar das mídias tradicionais. Todas enaltecendo a força e a resiliência feminina.
Essas manifestações são belas e inspiradoras, mas e depois? Será que essa valorização tão enfatizada hoje é realmente refletida no tratamento dispensado às mulheres nas empresas nos demais dias do ano?
É frequente encontrar relatos de mulheres que enfrentam dificuldades para se realocar no mercado de trabalho, muitas vezes acompanhadas de perguntas invasivas em entrevistas de emprego, como: “Caso seja solteira, tem planos de se casar? Sendo casada, está pensando em ter filhos? Tendo filhos, com quem ficarão enquanto você estiver trabalhando? Com os filhos adultos, existe alguém para cuidar dos seus netos?”.
Além disso, há casos de mulheres sendo demitidas logo após retornarem da licença-maternidade ou de serem dispensadas de seus empregos como prestadoras de serviço (PJ), logo após anunciarem uma gravidez.
Obviamente, as mulheres têm muitas histórias para compartilhar sobre suas experiências no mundo corporativo. Então, em vez de apenas enfatizar essas questões, proponho um exercício simples, com algumas perguntas, relacionado à valorização do papel profissional das mulheres:
Qual foi a última vez que você:
Leu um livro escrito por uma mulher?
Leu uma biografia sobre uma mulher?
Assistiu a um filme dirigido por uma mulher?
Foi a uma exposição de uma artista mulher?
Aqui estão as minhas respostas:
Livro - Jane Jacobs – Morte e vida de grandes cidades – Li este livro durante a faculdade para um trabalho e recentemente o reli. Incrível como um livro com críticas as renovações do espaço público da década de 50 é tão atual, e como ele é importante para o desenvolvimento de uma cidade direcionada para as pessoas, mas democrática e caminhável.
Biografia - Lina Bo Bardi – O que queria era ter história (Zeuler R. Lima) – Atualmente estou lendo este livro e estou no início. Estou amando ler sobre a Achillina di Enrico Bo, desde sua infância e adolescência até a vida adulta, primeiro na Itália durante o regime de Mussolini e depois no Brasil. Desde muito jovem, já tinha a convicção de que não queria ter o mesmo destino de sua mãe e das mulheres de sua época, isto nos anos 30. Como não amar Dona Lina, esta minha paixão vem desde os tempos da faculdade.
Filme - Normadland (2020) - Direção Chloé Zhao – Vencedor do Oscar de melhor filme, direção e atriz em 2021 que assisti mês passado no Star+. É um filme que combina drama e documentário, com um ritmo mais lento, especialmente em comparação com os filmes de super-heróis da Marvel tão populares atualmente. Para quem tiver um pouco de paciência verá uma história de pessoas que não tem casa e vivem pelo país em seus trailers, com destaque para a protagonista, uma mulher de meia-idade, que após o colapso econômico de sua cidade, embarca numa viagem, vivendo como uma nômade moderna. Filme bem reflexivo e pensativo.
Exposição - Lygia Clark – Projeto para um Planeta – Exposição em cartaz na Pinacoteca de São Paulo que planejo ir neste final de semana (sábado, entrada gratuita para todas as pessoas). Mostra de uma das artistas mais importantes da arte brasileira contemporânea, ocupando às sete salas da galeria da Pina Luz com mais de 150 obras do seu legado de 30 anos de carreira.
Agora é sua vez? Consegue responder todas as perguntas?
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